Mais de 60 crianças foram detidas, espancadas e torturadas durante estado de emergência em El Salvador, aponta relatório | Mundo
O Fantástico mostra o controverso plano de combate ao crime de El Salvador
Mais de 60 crianças em El Salvador foram arbitrariamente detidas, torturadas e espancadas desde que o governo declarou estado de emergência. A medida foi adotada há mais de dois anos para combater gangues. Os dados são de um relatório da Human Rights Watch, publicado nesta terça-feira (16).
“Muitas crianças que foram presas e detidas não tinham nenhuma conexão aparente com as atividades abusivas das gangues”, disse o relatório.
“Na detenção, as autoridades submeteram as crianças a maus-tratos severos que, em alguns casos, equivaleram à tortura.”
O governo salvadorenho não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters, mas já disse anteriormente que não há tortura em suas prisões.
O relatório, compilado a partir de mais de 90 entrevistas, afirma que as crianças presas foram privadas de alimentação adequada, assistência médica e contato com suas famílias. Além disso, “em muitos casos”, elas foram coagidas a fazer falsas confissões.
“As autoridades tomaram poucas medidas, se é que tomaram alguma, para proteger as crianças da violência de outros detentos, incluindo espancamentos e agressões sexuais”, disse a HRW.
O grupo documentou 66 casos de menores submetidos a detenção arbitrária, tortura e assédio policial, alertando que as prisões pareciam se basear na aparência física e nas condições socioeconômicas, em vez de provas confiáveis.
Também constatou que mais de 1.000 menores foram condenados a penas de até 12 anos por crimes amplamente definidos em julgamentos com provas duvidosas e sem o devido processo legal.
Na semana passada, o grupo local de direitos Cristosal disse que pelo menos 265 pessoas morreram sob custódia do Estado, incluindo quatro bebês.
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