Milei demite subsecretário que criticou racismo da Seleção Argentina
Javier Milei demitiu seu subsecretário que havia criticado o racismo de jogadores da Seleção Argentina –
O presidente da Argentina, Javier Milei, demitiu seu então subsecretário nacional de Esportes, Julio Garro, que havia cobrado que a Associação de Futebol da Argentina (AFA) e o capitão da seleção do país, Lionel Messi, pedissem desculpas pelo cântico racista entoado por jogadores da equipe após o título da Copa América no último domingo, 14.
Incomodado com as declarações do seu subsecretário de Esportes, Milei demitiu Garro, justificando que “nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina, campeã mundial e bicampeã da América”.
A vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, elogiou a decisão de Milei de demitir Garro. Segundo ela, a música racista cantada pelos jogadores argentinos apenas afirma “verdades”.
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“Nenhum país colonialista vai nos intimidar por um canto da torcida nem por dizer as verdades que não querem admitir. Chega de fingir indignação, hipócritas”, publicou Villarruel.
O governo de Javier Milei já havia dado outros passos, recentes, contrários ao combate ao racismo na Argentina. Em fevereiro, o presidente decidiu pelo encerramento das atividades do “Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo”, sob a justificativa de que o órgão “não serve para nada”.
Relembre
Em vídeo publicado nas redes sociais pelo meia Enzo Fernández, da seleção argentina, os jogadores comemoram o título continental cantando uma música racista em provocação ao selecionado de futebol francês, que reúne em seu elenco diversos atletas negros. Na canção, há versos como “joga pela França, mas vêm de Angola” e “sua mãe é nigeriana, seu pai é camaronês, mas no documento tem nacionalidade francesa”.
De acordo com Garro, em entrevista a uma emissora de rádio, o episódio deixou a Argentina mal vista no exterior, mesmo após a conquista de mais um título por sua seleção. Para ele, mesmo não aparecendo no vídeo relatado, Messi deveria desculpas, como líder da equipe.
“O capitão da seleção também deve pedir desculpa, assim como o presidente da AFA. Como país, isto é algo que nos deixa mal vistos depois de tanta glória”, declarou Garro, durante entrevista em uma rádio.
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Ainda na opinião de Garro, o futebol precisa se acostumar a pedir desculpas por seus erros, algo que já acontece em outros âmbitos da vida social no mundo.
“Este tema de pedir desculpas foi algo que já chegou à nossa vida social, às escolas e aos clubes, mas ainda não chegou ao futebol propriamente dito”, afirmou o então subsecretário de Esportes da Argentina.
Responsável por gravar o vídeo, Enzo Fernández usou as redes sociais nesta terça, 16, para se desculpar sobre o fato. Apesar disso, a Federação Francesa de Futebol afirmou que vai fazer uma denúncia formal à FIFA (Federação Internacional de Futebol) contra o racismo dos argentinos.
Nesta quarta, 17, a FIFA declarou que abriu uma investigação sobre o caso.
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