Espantosa agressão


Espantoso é o mínimo a dizer do atentado praticado por agentes federais contra um terreiro de Jarê (candomblé da Chapada Diamantina), denunciado como ato de racismo religioso pela Defensoria Pública da União.O Peji da Pedra Branca de Oxóssi, localizado nas “Toalhas”, proximidade da sede do município de Lençóis, foi atacado por quem recebe do contribuinte para defender a cidadania, no meio da qual se insere quem cultua os encantados afroindígenas.Como se reencarnassem as polícias volantes de repressão de 70 ou 80 anos atrás, os servidores varejaram as edificações, em surto de violência bem sintonizado com a gestão anterior, entre 2019 e 2022, alertando pela sirene da cautela, o risco de sabotagem no setor.Cabe agora aos corregedores das instituições republicanas averiguar, sem demora e sem moleza, o que se passa nos intestinos do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e à testa do Parque Nacional da Chapada Diamantina.O terreno onde o barracão de jarê foi construído pertence à família do líder Gilberto Araújo, mais conhecido como “Damaré”, há mais de 45 anos, portanto, contando com a solidariedade de outros centros, como o mais antigo deles, o Palácio de Ogum e Caboclo “Sete Flecha”.Demais moradias do entorno não foram afetadas pela ação das 16 pessoas capazes de ferozes manobras a ponto de não deixarem pedra sobre pedra.Em nota, a direção do ICMBio ousou – e arriscou-se – ao construir um argumento tão falacioso quanto “non-sense”: não teriam identificado os “rapas” nenhum sinal externo de finalidade religiosa para as casas de santos e famílias, de onde a demolição.Ou acreditam os algozes ser a mentalidade média de baixíssima capacidade cognitiva ou a placa “Peji da Pedra Branca de Oxóssi, assentamento e símbolos religiosos”, em boa legibilidade, teria subitamente tornado-se invisível para os transtornados invasores.



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