O fogo como método

A nenhuma pessoa em sã consciência é dado o talento da inocência de perceber os fenômenos e aparições do mundo com olhinhos infantis, exceto as próprias crianças, de onde toda a importância de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandar verificar melhor as origens das queimadas.

Acompanhado da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, o chefe de Estado tampouco precisa ter concluído doutorado para intuir boas e falseáveis hipóteses para explicar o absurdo.

Toda e qualquer pessoa epistemicamente honesta há de verificar horizontes fumosos de indignação e curiosidade simultâneas, quando percebe-se a facticidade inusitada de tantos focos de incêndio, encobrindo cidades e levando brasileiras e brasileiros aos hospitais.

Igual espanto pode-se confirmar quando se observa a vagareza da Polícia Federal em ir a campo prender os possíveis causadores da desdita, limitando-se os homens de distintivo a tirar de circulação, provisoriamente, um ou dois suspeitos.

Seria temer errar o descarte precoce da possibilidade de entrosamento de grupos terroristas insatisfeitos com a união e a reconstrução do país, quando se sabe não ter sido Zeus, o Pai dos deuses, a lançar seus raios, incinerando Amazônia, Pantanal e interior paulista.

Escaldados por crimes anteriores, como os registrados no Dia do Fogo, em agosto de 2019, no Pará, os brigadistas já conhecem os métodos de quem aprecia o projeto fascista de morte por meio do qual arde a fogueira de desamor à fauna e à flora.

Da mesma forma como ocorre agora, naquela funesta ocasião, fazendeiros do Pará mobilizaram recursos a partir de comandos de redes de internet para dispararem ordens a seus serviçais no sentido de transformar em cinzas grande parte da biodiversidade amazônica.

Identificados os autores entre seguidores do mito de Nero, é preciso agir rápido na produção de provas a fim de concluir inquéritos e punir com exemplar vigor os possíveis inconformados com os novos destinos do Brasil.





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