A volta às origens
O cotidiano da metrópole preta é impregnado dos jeitos africanos de ser, falar, vestir, lutar, amar e se alimentar, tendo agora nos acréscimos a presença de chefes de Estado, embaixadores e representantes de 30 países do continente onde evoluiu o Homo Erectus, pai da espécie humana.Conforme publicado por A TARDE, a 6ª Conferência da Diáspora Africana nas Américas, de amanhã, 29, a sábado, 31, vai debater os efeitos dos sequestros involuntários e celebrar a vitória da resistência desta parte significativa e corajosa do mundo.Foram 400 anos de martírio, devido à escravidão: resiliência indescritível, a cada aurora maior capacidade de cicatrizar as feridas das torturas, até interromper-se o pelourinho físico dois anos antes da suposta última abolição (1888).O encontro conta com a União Africana e o Togo, junto aos governos federal e da Bahia, dando sequência à política de justiça reparadora a fim de reduzir os danos dos séculos de navios tumbeiros, cruel meio de transporte dos cativos.A dispersão dos povos por motivos econômicos resultou num país de extrema desigualdade, em fase de redução de suas sequelas, graças às cotas para afrodescendentes, bem como a legislação rija contra o racismo, embora a chaga siga se manifestando.Reinventadas no Brasil, ao misturarem-se em caldeirão multicultural as contribuições Angola, Ketu, Nagô, Jeje, Bantu, entre outras, resultaram inéditas fusões atualizadas pelos herdeiros dos escravizados, arrancados de seus grupos étnicos.Do auspicioso encontro, podem surgir estratégias consistentes de construção de novas conspirações, a convergirem os povos unidos pelas águas do Atlântico, nas quais sacolejava em meio aos ratos ou era atirada ao mar a gente de farta melanina.Tão bonito e prazeroso será, antes os deuses e os homens, a união de africanos e afrobrasileiros, mediada pela Bahia, o lugar central da nova era na qual se dança e se canta a vitória da ancestralidade, agora presente nas crianças, antevendo um futuro de fé, amor e paz.
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