PIB do turismo baiano alcança R$ 3,99 bilhões
Alta estação impulsiona negócios de bares e restaurantes na capital e no interior –
As Atividades Características de Turismo (ACTs) na Bahia têm forte influência nas comunidades que são destinos organizados para receber visitantes. O setor tem movimento crescente e no ano passado somou R$ 3,99 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
Com influência do turismo na economia principalmente nas Zonas Turísticas Costa do Descobrimento, Baía de Todo-os-Santos e Costa dos Coqueiros, dentre outras, o PIB do Turismo vem se recuperando no pós-pandemia e em 2022 foi de R$ 3,19 bilhões, mas ainda está longe dos R$ 6,4 bilhões de 2019 (antes da pandemia).
Com variedade de segmentos distribuídos nas 13 Zonas Turísticas, a receita das ACTs da Bahia totalizou R$ 4 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no ano passado, com crescimento de 25% sobre 2022.
Os dados são da Nota Técnica (NT) ‘O panorama do turismo na Bahia’, elaborada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), indicando que a soma do ICMS do setor, entre 2019 a 2023 foi de R$ 25,9 bilhões.
No primeiro semestre de 2024 a arrecadação do ICMS referente às ACTs chegou próximo de R$ 2,4 bilhões com crescimento de 27,3% sobre o ano passado, com resultado impulsionado por expansão em mais de 80% das atividades turísticas.
A movimentação das pessoas com o turismo tem reflexo no comércio e nos serviços, com geração de empregos e renda entre a população. Neste quesito, a NT da SEI também aponta, a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que entre 2021 e 2023 foram admitidos formalmente 31.427 trabalhadores para o setor do turismo no estado.
Vagas de trabalho
O otimismo da atividade no Brasil fica evidente com o resultado da Pesquisa de Impacto Econômico realizada pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) em parceria com a Oxford Economics, que aponta o emprego até o final deste ano de mais de 8 milhões de pessoas diretamente nas ACTs. Isso representa 8,1% do total das vagas de trabalho no país.
O conselho, que é referência mundial no assunto, prevê também que até dezembro a contribuição do turismo brasileiro para o PIB deste ano vai somar R$ 881 bilhões. Para a alta temporada que se aproxima, na Bahia os preparativos movimentam locais de hospedagem, de alimentação fora do lar, de eventos, bem como setores de transporte e agências de viagem.
O estado tem atualmente cerca de 250 mil leitos, com mais de três mil meios de hospedagem em operação. “Segundo dados do Caged, o setor hoteleiro emprega formalmente hoje 35 mil pessoas na Bahia, e o setor de turismo como um todo é responsável por mais de 100 mil empregos diretos, fora os empregos indiretos e temporários”, afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Seção Bahia (ABIH-BA), Thiago Sena.
Para ele, o setor “é sem dúvida um dos mais importantes para a economia do Estado e um dos que mais gera empregos”, complementou, acrescentando que a expectativa para o verão é bastante alta na rede hoteleira do estado. “Ainda é cedo para se ter um panorama preciso de como será a alta temporada, mas seguramente o setor hoteleiro espera por um crescimento tanto nas taxas de ocupação quanto na diária média e receita do período”, asseverou.
Conforme o líder da classe hoteleira, “o turismo na Bahia tem crescido de forma recorrente nos últimos anos, e grande parte dos destinos mais buscados deve novamente operar com altíssima taxa de ocupação dos meios de hospedagem nas datas de maior demanda, como réveillon, janeiro e Carnaval/25”.
Ele explicou que a perspectiva é um número maior de turistas passando pelo estado em relação ao verão passado, “até mesmo por ser uma temporada mais longa em 2025 devido à data do Carnaval, que ocorrerá no início de março”. Sena citou também como favorável o aumento da oferta de voos e assentos para os aeroportos baianos, especialmente o de Salvador, com um fluxo maior de visitantes, incluindo os turistas estrangeiros também, que devem ter aumento substancial em 2025”.
Um parâmetro válido para se verificar o impacto do turismo no estado do ponto de vista da arrecadação é o segmento de bebidas, que mais que dobra. De acordo com a Secretaria da Fazenda da Bahia, na comparação entre o mês de agosto de 2023 (baixa estação) e janeiro de 2024 (auge do verão) a diferença foi de 56,2% no ICMS, passando de R$ 169,68 milhões para R$ 265,02 milhões.
Segundo o presidente da seccional Bahia da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Leandro Menezes, a expectativa é grande e todos preparativos foram implementados para receber os turistas na próxima temporada. No estado são cerca de 600 estabelecimentos associados em mais de 20 municípios, notadamente situados na RMS e ao longo da costa litorânea.
“Esse é o momento do ano mais esperado por todos do segmento do turismo”, pontuou, acrescentando que em algumas localidades o reflexo é mais local, com frequentadores da cidade e região, e em outros lugares fica mais evidente que o fluxo é de turistas. Com larga experiência no assunto, Menezes enfatizou que, independente do público, é salutar o planejamento para obter impactos positivos.
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