Projeto de salvaguarda da Festa de Iemanjá está em fase de consolidação de propostas

O responsável por essa iniciativa é o projeto Ayó Gbogbo Axé que tem feito encontros e reuniões com os pescadores na sede da colônia –

Cada vez menos pescadores participam da Festa de Iemanjá, de acordo com o membro da Associação dos Pescadores da Colônia de Pesca Z-1, Nilo Silva. Ele explica que alguns se tornam evangélicos e abandonam o rito, os mais velhos estão morrendo e muitos dos mais novos não têm interesse. a partir de um dos fatores que ameaça a tradicional celebração, o processo de salvaguarda, que teve início em janeiro deste ano e busca preservar e promover o patrimônio cultural imaterial do 2 de fevereiro, começou em janeiro deste ano e está na fase de consolidar propostas.

O objetivo final desse processo é que seja produzido o plano de salvaguarda, que é um documento de gestão coletiva e compartilhada com propostas de preservação e promoção para a festa.

Hoje, 12 ou 13 ações estão mais consolidadas, de acordo com o coordenador técnico do projeto, Antonioni Afonso. “Nós estamos na fase de compilação dessas propostas de ações que eles sugeriram para garantir que esse bem continue existindo, salvaguardado. E depois desse processo de compilação dessas sugestões de ações a gente constrói um instrumento de gestão e apresenta para os parceiros envolvidos com a manutenção e a proteção desse bem. Os órgãos públicos principalmente. Organizações privadas e outras lideranças da sociedade civil também podem ser convidadas para fazer parte desse processo de elaboração do plano”, comenta.

O responsável por essa iniciativa é o projeto Ayó Gbogbo Axé – contemplado pelo edital Salvador Cidade Patrimônio – que tem feito encontros e reuniões com os pescadores para fazer um diagnóstico da situação e entender quais os desafios envolvidos na festividade e as propostas para lidar com os desafios.

Pauta

Entre as sugestões existentes está um maior protagonismo da festa para os pescadores, já que são os realizadores da festividade; uma reivindicação pela entrega de presentes biodegradáveis, que não possuam plástico, com o intuito de preservar a natureza; a necessidade de um suporte de equipamentos de segurança para que os pescadores possam ajudar as pessoas que querem entrar na água para acompanhar o presente, entre outras propostas.

Essas ações serão colocadas em prática no período de, no máximo, 5 anos, que são as de longo prazo, enquanto as ações de três anos são de médio prazo e as que vão ser executadas em um ano são as de curto prazo.

Os responsáveis pelo projeto junto com os pesquisadores e as organizações vão definir em conjunto quem é o responsável por cada ação e como ela se dará. “Esse plano vai ser publicado no Diário Oficial e se torna um instrumento de gestão compartilhado do município com os pescadores”, explica Antonioni.

Importância

Ele reforça também a importância desse projeto na Bahia. “É fundamental nós avançarmos nessa discussão em todos os lugares, mas aqui na Bahia, principalmente em Salvador, a patrimonialização dos bens que a gente identifica como formadores da nossa identidade cultural é ainda mais importante. Preservar esses bens significa garantir que a gente tenha uma ligação com a ancestralidade, mas também possa projetar para o futuro aquilo que a gente está vivenciando hoje como uma experiência do que nos constitui enquanto ser humano”, comenta o coordenador técnico do projeto.

O pescador Nilo Silva reforça o enunciado. “Não é que a tradição vá acabar, mas pode perder a força. Estamos fazendo o máximo para que isso não aconteça. Temos esperança que melhore, que esse processo ajude. É algo importante porque é uma festa tão bonita, tão tradicional”, afirma.





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