Bahia vence disputa com Minas e leva fábrica de baterias

Bravo Motor Company vai investir R$ 1,27 bi no estado para produzir baterias de carro elétrico

A Bahia venceu uma disputa com Minas Gerais e deve levar para lá um investimento de R$ 1,27 bilhão em uma fábrica de baterias para veículos elétricos da Bravo Motors Company Energy Brasil. 

O complexo foi anunciado, em 2021, para Nova Lima (MG), mas após uma cruzada do governador mineiro Romeu Zema contra a indústria de carros elétricos e a falta de incentivos fiscais, a companhia decidiu pelo município baiano, São Sebastião do Passé. 


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A Bravo se enquadrou no programa Desenvolve que concede benefícios fiscais para setores industriais e agroindustriais que operam ou irão operar no estado. Esses benefícios, que consistem em desoneração do Imposto de Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS), serão estabelecidos a partir da apresentação do projeto de investimento, de acordo com o governo da Bahia. 

A companhia assinou um protocolo de intenções com os governos estadual e municipal e além dos benefícios fiscais no âmbito do programa Desenvolve, o documento inclui a doação de um terreno de 400 mil m2 para a construção da primeira “gigafábrica” de baterias de lítio da América Latina. 

A estimativa é de que a fábrica poderá produzir baterias e células de íon de lítio, acumuladores elétricos e cabinets, que fazem conversão de corrente contínua. A empresa calculou uma capacidade de produção instalada de 2 Gigawatts hora/ano. A intenção é promover a geração de 3,5 mil empregos diretos e 10 mil empregos indiretos.

Projeto não prevê exploração do lítio

Segundo o governo, o protocolo de intenções firmado não contempla a exploração mineral, entretanto, é um compromisso da empresa priorizar a contratação de empresas estabelecidas no estado da Bahia para a realização das obras civis, contratação dos serviços e aquisição dos insumos necessários à implantação e operação do empreendimento.

Em nota, o diretor da Bravo, Eduardo Muñoz, disse que a escolha da Bahia tem a ver com o posicionamento do governo do Estado a respeito da economia verde. 

“A nossa escolha é devido a um posicionamento geopolítico estratégico, de termos uma unidade industrial que gere uma cadeia de valor desde a mineração à transformação desses minérios em materiais e consequentemente em baterias. Então a escolha, naturalmente para nós, era no Brasil pelo peso da sua economia e do setor automotivo e de energia renovável”, afirmou o executivo. 

Busca por um estado comprometido com a eletrificação

Segundo ele, após a definição pelo Brasil a companhia foi em busca de um local para instalar a fábrica e a Bahia surgiu após o anúncio dos investimentos da montadora chinesa BYD no estado. “O funil dependia de um estado que realmente estivesse comprometido com essa economia, por isso, a Bahia.”

Um estado comprometido com a eletrificação não era o que o governador de Minas Gerais pregava. No ano passado, Romeu Zema deu declarações afirmando que as montadoras de veículos elétricos eram uma ameaça aos empregos no Brasil. 
Segundo ele, a transição para o carro elétrico passa necessariamente pela extinção de “milhões de empregos de uma cadeia produtiva que não vai ter mais sentido: peças de motor a combustão, escapamentos, uma série de itens não são utilizados no carro elétrico”.

Diante disso e com o protocolo de intenções já assinado com Minas Gerais em 2021, a Bravo foi em busca de novos locais para instalar a fábrica de baterias no país. “Estamos formando no estado um HUB de economia verde na América Latina.”



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