No primeiro pregão pós-atentado, dólar e Ibovespa têm altas moderadas | Economia

EX-PRESIDENTE norte-americano foi baleado de raspão no último dia 13 (Foto: Anna Moneymaker/Getty Images/AFP)
Foto: Anna Moneymaker/Getty Images/AFP
EX-PRESIDENTE norte-americano foi baleado de raspão no último dia 13

O dólar encerrou a sessão de ontem, em alta moderada, perto do nível de R$ 5,45, alinhado ao avanço da moeda americana no exterior.

O aumento das apostas na vitória do ex-presidente Donald Trump na corrida presidencial, após o atentado ao candidato republicano no último sábado, 13, embaralhou as expectativas para o futuro da economia dos Estados Unidos. Por ora, a perspectiva de piora fiscal em eventual governo Trump, adepto da política de corte de impostos, joga os juros longos para cima, o que castiga divisas emergentes.

O real e seus pares latino-americanos também sofreram com a queda das commodities, especial as agrícolas, após a decepção com o crescimento do PIB da China no segundo semestre. Bancos revisaram para baixo as estimativas para o avanço da economia chinesa neste ano, que pode ficar abaixo da meta anual de 5%. Em tal cenário, a moeda brasileira teve perdas bem menores.

O dólar também se apreciou ante as principais moedas globais. Além disso, dados econômicos aquém do esperado na China também deixaram o investidor propenso a buscar o refúgio no dólar. O euro registrou leve queda e a libra esterlina acompanhou novamente o movimento. O iene ficou praticamente estável, após a forte volatilidade na semana passada.

Por sua vez, os contratos futuros do petróleo fecharam em leve queda, pressionados pelo próprio fortalecimento do dólar. Além disso, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre ficou em 4,7% ao ano, abaixo da expectativa para o período, o que trouxe as preocupações sobre a demanda chinesa para o foco mais uma vez.

Para o economista Ricardo Eleutério, “o impacto de qualquer movimento político ou econômico nos Estados Unidos atinge toda economia mundial, não só a economia brasileira ou cearense. A política monetária norte-americana, de redução ou elevação de juros, isso mexe no preço do dólar no Brasil e no mundo todo, pois mexe no fluxo de capitais”.

Eleutério, que é também membro da Academia Cearense de Economia (ACE), endossa a visão do mercado de que “uma eventual vitória de Trump traz de volta as questões que ele havia colocado na pré-campanha e de seu governo anterior, que é de maior nacionalismo, maior fechamento e maior protecionismo da economia americana”.

“A tensão comercial com a China deve novamente se exacerbar. Assim, as questões que estavam postas lá no governo dele vão se reproduzir, com maior ou menor intensidade, o protecionismo se exacerbar, assim como o questionamento da eficácia dos organismos internacionais, como OEA, ONU, Otan e a própria OMC”, relembra.

Apesar disso, ele avalia que o efeito sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos devem ser limitadas, até pelo fato de se darem muito mais entre empresas. Sobre as movimentações iniciais do mercado, após o atentado a Trump, o economista lembra que essa volatilidade era esperada.

O Ibovespa, por exemplo, manteve a série positiva que coincidiu com o início do mês, em alta pela 11ª sessão consecutiva, aos 129.320,96 pontos (+0,33%). Isso ocorreu mesmo na contracorrente do dólar e da curva de juros doméstica na abertura.

Em julho, nestas 11 sessões, o índice acumula ganho de 4,37%, limitando a perda do ano a 3,63%. O nível de fechamento de ontem foi o maior desde 8 de maio (129.480,89).

O giro ficou em R$ 15,4 bilhões na sessão da B3, igualando em extensão a série de 11 altas da virada de 2017 para 2018. (Com Agências)

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