Vitória da humanidade
Paralimpíadas Tóquio 2020 – Brasil conquista medalha de ouro no futebol de cegos –
A realização das Paralimpíadas, desta vez em Paris, representa uma vitória da humanidade sobre si mesma, ao superar antigas crenças na impossibilidade de inclusão de pessoas com deficiência, como se formassem um contingente inferior por suas dificuldades.
Ao contrário! São estes atletas capazes de enfrentar limitações nos seus sentidos, coordenação motora e partes do corpo o melhor exemplo de como a normatividade é um engodo, pois quanto maiores os obstáculos, mais se deve reconhecer o esforço.
Os Jogos produzem a sensação de o quanto se avançou em moralidade e convívio, pois ao serem criadas as Olimpíadas, há coisa de nove séculos, os portadores de alguma incompletude chegavam a ser descartados ainda bebês por causa de uma ou outra imperfeição.
Mais recentemente, regimes totalitários, como o nazismo alemão, eliminavam cadeirantes por constituírem uma “degeneração”, deixando a crueldade seus resquícios ainda hoje, quando no cotidiano escolar e do mercado de trabalho, há restrições de acolhimento.
O Brasil oferece seu bom exemplo, ao preparar 255 competidores em 20 das 22 modalidades, acrescentando o fato de levar 117 mulheres, um contingente expressivo, revelando o efeito positivo das políticas públicas de equidade de gênero e reparação.
O país desenvolveu a tal ponto o debate ético sobre como queremos compartilhar as competições, a ponto de ter uma das legislações de referência, a Lei 13.146/2015, um marco da luta contra o preconceito em busca de uma sociedade guiada pelo Bem.
Deficientes, a bem da verdade, são aqueles subdotados de empatia, felizmente derrotados quando se verifica a oportunidade e o acesso aos nossos paralímpicos, restando, muito mais em relação a necessária tolerância, a admiração por estas heroínas e heróis do desporto.??A coleção de 373 pódios é significativa, quando se tem a projeção de alcançar a medalha número 400, no entanto, a grande conquista já foi alcançada: o entendimento de fazermos parte de um só país, sem restrições por diferenças corpóreas.
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