Confira dicas para escritórios planejados
Identidade visual gera sensação de pertencimento –
Planejar a decoração e a arquitetura de um escritório vai muito além de escolher móveis bonitos e cores atraentes: é uma estratégia essencial para promover o bem-estar, a produtividade e a cultura organizacional. Um ambiente de trabalho bem projetado reflete os valores da empresa, incentiva a criatividade, melhora a comunicação entre equipes e pode até mesmo aumentar a produtividade. Por isso, investir em um design que equilibre estética e funcionalidade transforma o espaço físico em um aliado poderoso para o sucesso empresarial.
“Hoje, temos que pensar no escritório como uma extensão da casa. Depois de todas as questões da pandemia, o escritório se tornou um lugar muito mais agradável, então a gente deve buscar trazer um pouco desse bem-estar da casa para o escritório”, destaca Maria Júlia Faria, designer de interiores.
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Fabíola Matos, sócia diretora da empresa Arttha Gestão & RH, aponta que, inclusive, ambientes empresariais desarrumados e mal planejados podem interferir negativamente na produtividade dos colaboradores. “Os profissionais de gestão estratégica de pessoas entendem a importância de terem estruturas que garantam bem-estar e saúde no escritório são elementos cruciais. As pesquisas comprovam que garantir esses fatores aumenta o faturamento das empresas”, comenta.
Fabíola Matos, sócia da Arttha
Conforme cresce a tendência entre startups de modernizar seus escritórios com cores vibrantes e elementos ousados, alguns podem acreditar que a criação de espaços mais coloridos é o segredo para impulsionar a produtividade e o bem-estar de seus colaboradores. Contudo, Paulo Junior, arquiteto e CEO da Quadoo Arquitetura Corporativa, ressalta que a escolha das cores deve ser feita com cuidado, pois alguns ambientes empresariais podem precisar transmitir uma imagem mais séria. Em escritórios de advocacia, por exemplo, é uma boa opção apostar em tons mais sóbrios, como o cinza.
“Não devemos pensar numa aplicação das cores de forma banal. Aplicamos as cores de forma pensada para que as pessoas se desenvolvam, para que o escritório seja um lugar que ative a produtividade dos seus colaboradores. Elas são de extrema importância”, afirma o arquiteto.
O colorido tem como proposta promover bem-estar
Normas técnicas
A iluminação do ambiente também é um fator que influencia diretamente na produtividade e no bem-estar da equipe, e deve ser definida de acordo com os padrões ditados pela Norma Regulamentadora 17 (NR17), que estabelece diretrizes para que o ambiente empresarial não comprometa a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Além da iluminação, a NR17 também estabelece parâmetros importantes para que a ergonomia seja preservada no ambiente de trabalho, garantindo que o mobiliário e os equipamentos sejam ajustados de forma a prevenir lesões e problemas de saúde a longo prazo. “A ergonomia no ambiente de trabalho é fundamental, mas é muito importante usar ela para aumentar a produtividade. Hoje, o mobiliário leva isso em consideração, não existe mais apenas aquela cadeira ajustável que só sobe e desce. O mobiliário conversa com o tipo de trabalho que você tá fazendo. Se a pessoa está numa reunião, por exemplo, você precisa se sentar num espaço onde a acústica é melhor, onde a poltrona propicia uma acústica melhor, aí não precisa que todo mundo fique falando um no ouvido do outro (para se escutar)”, conta Maria Júlia.
É ideal que as empresas invistam em móveis que não sejam apenas ergonômicos, mas que também sejam adaptados às diferentes atividades realizadas no escritório. Cadeiras ergonômicas com suporte adequado para a lombar, mesas reguláveis em altura, e divisórias acústicas para áreas de reunião são exemplos de mobiliário que contribuem para um ambiente de trabalho saudável e funcional.
Por outro lado, a saúde mental também deve ser priorizada no ambiente empresarial. Por isso, Paulo Junior comenta que os escritórios devem incorporar salas de descompressão, espaços projetados para proporcionar momentos de relaxamento ao longo da jornada, com poltronas, pufes, televisão e revistas. “São áreas para descomprimir o dia a dia do trabalho, para que as pessoas não fiquem o dia todo numa tela de computador e possam circular dentro de um escritório. Isso também potencializa o desenvolvimento pessoal dos colaboradores”, comenta.
Fabíola recomenda que as empresas incorporem estes espaços em seus escritórios, mas ressalta a necessidade de um planejamento estratégico dentro da organização para que as atividades profissionais não sejam comprometidas pelos momentos de descontração. “Você precisa ter uma gestão estruturada do desempenho, e as pessoas precisam ter plena consciência das suas responsabilidades e das suas metas, para que possam aproveitar estes espaços sem interferirem nas entregas”, explica ela.
Já para aumentar a integração e o pertencimento entre as equipes da empresa, Paulo destaca que optar por um design de escritório open space, sem paredes internas ou grandes divisórias, é uma boa opção. “Nosso escritório é um ambiente muito aberto, todo mundo se vê e tem contato visual. Inclusive, nossa sala de reunião é um cubo de vidro, com uma acústica muito boa (dentro da sala de reunião), mas a gente tem acesso visual a todo mundo da empresa”, relata.
Fabíola aponta que o design mais aberto realmente promove mais interação entre os colaboradores, mas explica que ainda são necessários espaços mais fechados para tratar de informações confidenciais da organização.
“Os espaços que são abertos passam a mensagem de proximidade e não-diferenciação pelo nível de responsabilidade. Na condição de diretora, não sou melhor que meu analista, só tenho uma responsabilidade diferente da dele. Então, estes espaços aproximam as pessoas e tendem a facilitar a comunicação e a resolução de problemas, mas desde que a gente respeite a dinâmica de cada setor. Uma área de gestão de RH não pode ficar totalmente aberta, porque ela trabalha informações confidenciais, como folha de pagamento”, conta ela.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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