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A luta de personalidades e organizações pela garantia das liberdades públicas foi reconhecida nesta terça-feira (16), com a entrega da Medalha da Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia. A mais alta honraria do Estado faz parte das comemorações pelos 201 anos da Independência do Brasil na Bahia, celebrada no último dia 2. A cerimônia foi realizada no Museu de Arte Contemporânea, em Salvador, e contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues.
Durante a entrega das medalhas aos homenageados, o governador destacou a importância dos baianos reconhecerem os bons exemplos destas pessoas e organizações. “Eu espero que essa simbologia da medalha seja um reconhecimento às pessoas que de fato lutam e lutaram e resistem em momentos difíceis da vida, mas também que estimule a outros a reconhecerem nessas pessoas a oportunidade de continuar lutando”, destacou o governador, lembrando que a luta pela independência não é apenas da soberania do país, mas também está relacionada com a lua contra a homofobia, o preconceito racial, contra a fome e a pobreza.
Maria da Penha Maia Fernandes, cuja luta por justiça social originou a criação da Lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, foi uma das personalidades condecoradas. A indicação para o mérito partiu da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), por ela ser um símbolo de luta contra as diversas violências de gênero que atingem milhares de mulheres e meninas em todo o mundo. “A luta de Maria da Penha é uma força que impulsiona todas nós mulheres no combate e enfretamento às violências de gênero. Sua trajetória culminou na criação da Lei, que representa uma conquista para todas nós. Ao concedê-la essa medalha, o Governo do Estado enaltece a bravura desta mulher extraordinária que merece todas as honrarias e reverências”, afirmou a titular da SPM, Elisangela Araújo.
Mesmo não estando presente ao evento, Maria da Penha enviou um vídeo agradecendo a honraria. “É uma grande honra receber essa comenda do Governo do Estado da Bahia, que presta homenagem para aquelas e aqueles que promovem a garantia das liberdades públicas e a afirmação da soberania nacional”, comentou.
A Ordem 2 de Julho é simbolizada por uma medalha, dividida em seus três graus de importância: Grã-Cruz, Comendador e Cavaleiro. Rosivaldo Ferreira da Silva, o cacique Babau, liderança indígena tupinambá da Serra do Padeiro, em Olivença, foi um dos condecorados na categoria Comendador. Para ele, esse reconhecimento do governo baiano reforça a participação dos povos originários na luta contra os europeus pela Independência do País. “Essas homenagens fazem com que a sociedade saiba que as nações indígenas contribuíram para o crescimento do nosso estado e isso é muito importante”, pontuou o cacique.
Homenageado na categoria Cavaleiro, Antônio Carlos dos Santos, conhecido como Vovô do Ilê, é liderança do movimento negro de Salvador e presidente do Bloco Ilê Aiyê. Ele considera que essa medalha representa o marco da luta pela liberdade do povo baiano e brasileiro. “Nós já estamos há muitos anos nessa luta. É muito gratificante receber essa honraria, através do Governo do Estado. O reconhecimento da luta da população negra nessa militância, batendo muito tempo nessa mesma tecla, mas as coisas estão começando a mudar”, destacou Vovô.
O Grão-Mestre da Ordem, o governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado da primeira-dama Tatiana Velloso, entregou as honrarias. A lista contou com parlamentares, representantes da Justiça e de outras instituições que prestam relevantes serviços ao Estado. Vinte e duas pessoas e entidades foram homenageadas.
A Ordem 2 de Julho
A Ordem 2 de Julho – Libertadores da Bahia foi instituída pela Lei 11.902, de 20 de abril de 2010. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi a primeira personalidade homenageada com o mais alto grau do título, a Grã-Cruz, entregue pelo governador Jaques Wagner, no dia 22 de julho de 2010.
Medalha
O 2 de Julho celebra o dia da Independência da Bahia. Os conflitos ocorreram entre fevereiro de 1822 até 2 de julho de 1823. Nessa data, se consolidou a Independência da Bahia, quando as tropas brasileiras venceram os portugueses e concluíram a separação definitiva do Brasil do domínio lusitano.
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