Matar a fome do mundo
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A proposta brasileira de Aliança Global contra a fome e a pobreza no mundo, calculando-se hoje 735 milhões de pessoas em insegurança alimentar, tem o aplauso de quem tem como prioridade o valor moral da compaixão.
Em contexto no qual o vácuo no estômago atinge multidões de desnutridos, crianças de ossos à mostra, principalmente na África, Ásia e América Latina, o convite do presidente Lula tenta corrigir o erro da desigualdade no planeta.
A meta definida é a de deixar por herança para o futuro das gentes um convívio baseado no compartilhamento e na multiplicação, tomando como prosperidade, não o acúmulo de bens, mas o gesto de distribuir riquezas e, nelas, a comida.
O chefe de Estado orgulha a cidadania engajada ao oferecer sua clarividência, visando persuadir os donos das 20 maiores economias a articular meios de chegar ao ano de 2030 com a mesa posta – e farta – para todas e todos.
Não se trata de ilusionismo, bastante assumir os compromissos combinados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda instituída para construir políticas públicas de Estado – imunes às oscilações de governos.
O presidente brasileiro fala com a autoridade de quem tirou o país do “Mapa da Fome” em 2014 e, agora, após o desmonte de ações protetivas dos vulneráveis na gestão anterior, retomou a luta, a fim de buscar curar a chaga. Ele pediu todo empenho ao ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias.
O esforço é justificado, de um ponto de vista ideal, embora não seja uma missão fácil a de convencer as superpotências a colaborar, pois a obesidade de seus tesouros excede devido ao empobrecimento dos países periféricos.
Como agravante, já enfrentam as nações, independentemente de seu poderio, os efeitos dos desequilíbrios climáticos gerados pelas emissões de poluentes, neste caso, um argumento forte para quem tem mais reparar seus impulsos.
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